Convivência
Enquanto todos dormem, existe alguns que permanecem atentos.
Um mundo que é totalmente irreal aos olhos dos desconectados
Tantas pessoas agem e fazem as mesmas coisas, tudo tão padronizado.
Relações e convívios sociais são exigidos diariamente numa sociedade injusta e insana.
Não há muito o que fazer, ou você se insere em meio a muitas inutilidades e futilidades ou você fica sozinho.
Felizes são os ignorantes, a inteligência é cruel ligada a sanidade ou delírios de mentes conturbadas e devastadas pelas demandas de uma vida maltratada.
Espera-se constantemente por um futuro, o qual nunca chega, vive-se sonhando desde cedo, programamos nossas metas e ideais para anos seguintes e parecem que esse tempo nunca está a nossa frente.
Somos sempre devedores de algo que nem sabemos o que é exatamente.
Desejamos ser desejados, ou desejamos sermos evitados, algumas vezes o melhor é a quietude de um olhar do que lamúrias de palavras quase nunca compreendidas.
Visamos um mundo melhor, uma vida melhor, e nem sabemos o que isso significa realmente, buscamos pela felicidade, o amor, e no entanto quase sempre estamos numa busca exaltante e extremamente cansativa.
Decepções e gosto amargo estão sempre envolvidos, podemos sentir o cheiro do perigo.
Onde há de parar um mundo onde os valores e princípios se perderam, onde há de encontramos conforto em personagens tão irreais os quais, muitas vezes, somos obrigados a conviver.
Em muitos momentos, não há como escapar, e o que se enxerga é apenas um sorriso amarelo, como uma frase feita, o qual se é obrigado a estampar para que não seja taxado de carrasco.
A inteligência se apaga aos poucos, redes sociais, sites de buscas, pesquisas são ferramentas que substituíram o cérebro e os pensamentos das pessoas. Não se tem opiniões....estas já estão escritas com palavras bonitas e frases prontinhas a serem enviadas.
Ler um livro, ou escrever uma carta está ultrapassado, há quem faça, mas são pessoas consideradas estranhas e vagarosamente vão sendo substituídas pelas mais descoladas.
Não existe um convivo pessoal, todos são calados por teclas de aplicativos assustadoramente aperfeiçoados para que nada seja uma tarefa difícil e cansativa. Não é preciso mais pensar.
Quem pensa, cansa.
Vive os loucos, ou os taxados de loucos, pessoas que mantém dúvidas e quanto mais estudam, mais leem, menos sabem. Distanciam-se de um universo de figuras e fotografias, parece que sem elas não há como viver. E quem vive provavelmente deve ter uma demência escondida. Poucos são aceitas.
O que resta é aceitar a vida que se tem, nunca conformar-se, mas aprender a viver, com tantas contrariedades e ambiguidades que somos obrigados a ingerir.
Não se sabe a que caminho há de chegar, cada dia a uma nova surpresa. Espera-se entre a escuridão e claridade... talvez algum dia seja possível entender e poder dizer: “tinha certeza, que não era só isso”.