*A CIGANA E O MESTIÇO*
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Ouvindo o clássico bolero de ‘RAVÉL’ fui transportado ,
Para um colossal Universo cigano .
Envolvente e exuberante ,
Cigana nômade , natureza individualista , no vermelho de sua cama,
Faiscava o ouro , entre cartas jogadas , sortes lançadas , biografias Amadas .
O trailer é sua morada , mestiço atrevido ,
Aos dialetos do idioma Romanês ,
Arrebatado em seu mundo , corpos ardentes ,
Rituais belos e excêntricos .
Beijos hipnóticos , coloridas saias , fitas enlaçadas ,
Atinados pedidos , Temporais de ilusões ,
Atadas paixões , eterna mágica ,
Refletidos sentimentos ,
Aos próprios da minha tribo .
Aquecido no seu corpo , mãos enigmáticas lendo meu consciente ,
Levando-me a luz da lua , dominantes desejos à nossa lubricidade ,
Imigrando aos sons dos violinos .
Soluçava em meus braços , dizia não pertencer aos ricos ciganos, ‘SUECOS’ .
Mas os pobres encontrados no sul da Espanha ,
Na hipótese de uma origem indiana dos Roma ,
Não têm religião própria não reconhecem ,
Um DEUS próprio .
Nem sacerdotes , que sobre o mau prisma eram considerados ,
Descendentes de Caim , no maldito gênesis ‘9:25’ ,
Minha cigana chora com a lenda ,
Que eles teriam fabricado os pregos
Que serviram para crucificar ‘CRISTO’ .
Em sua narrativa , dizia que seu povo não é homogêneo ,
Mesmo pertencendo a uma única etnia ,
Após o desabafar relaxamos em nosso ato de amor ,
Docemente pedia-me para fechar os olhos ,
Contava-me distintos segredos .
Entreguei-me a um inebriante sono ,
Surpreendido despertei em meu quarto ,
Com um perfume exalando , marcando presença,
NA atmosfera de uma mulher ,
Um sorriso extasiado bailando ,
Em profundeza vibrando nos ares .
Uma rosa vermelha , um bilhete que dizia :
“Mestiço nas crenças ciganas “,
Existe uma série indefinida de entidades ,
Que se manifestam sobre tudo à noite ,
Abraço será que isso foi um sonho , em mestiço ?”