REFUGIADOS. E AGORA?
 
Somos apenas o sujeito passivo
Muitas vezes a decisão chega
Como única opção de livramento
Das agressões, bombas, da morte.
Da guerra e seus terrores.
 
Vulneráveis, tentamos a resistência
Permanecer em nossa terra
Porque amamos nossa Pátria.
Mas nossos algozes não vêm da terra
Vem dos homens, das disputas pelo poder
E nessa condição de ser apenas vítimas
De ver a casa soterrada, chefes de família mortos
A fome que assola, conflitos armados
Violência generalizada. A guerra!
Explícita ou só ameaçada
 
Diante do caos resta-nos apenas a fuga
 Às vezes sem destino certo.
Fuga direcionada por uma esperança
Único bem verdadeiro que nos resta.
 Insistimos em fazer a travessia
Por terra, por água, como der.
E se a morte não nos surpreender
Chegaremos a um lugar de paz
Onde nossos filhos poderão crescer
Teremos um trabalho e, novamente um lar.
 
Sonho possível realizar  porque
Alguns países diante de crises internacionais
Vem sendo solidários, com providências  temporárias
Como o Brasil faz com venezuelanos, atualmente
 
Porém, nem sempre a aceitação é pacífica
Nem sempre tão hospitaleira
Muitas vezes, somos rejeitados, expulsos
Porque além de refugiados, somos estrangeiros
Estrangeiros causam estranheza,
Diferenças dos dois lados a administrar

Barreiras que o tempo administrará
As necessidades, a compreensão aproximam
A solidariedade diminui as barreiras
E a gratidão   cria elos.