DEPENDENTES QUÍMICOS
Uma prisão sem muros, apuros!
Um vazio! Um abismo! Um escuro!
Um eu ‘escravo’ pergunta: o que ganhei?
“Ganhei” um calabouço! Escorreguei.
É hora da libertação. É a hora certa
Concreta de renovação.
Quem sou eu?
O que foi que essa droga me deu?
As pessoas têm medo de mim
Ninguém me dá valor, assim...
Perdi o moral, eu me fiz mal.
Tornei-me um malandro...
Porém, “malandro”,
É aquele que leva a vida
Em outros meandros
É aquele que bate no peito
E como um faixo de luz
Brada: eu tenho Jesus!
Quero respeito, não medo.
Quero ter honra
Pois pra mim é desonra
Ser visto como destruidor
Causando em mim e nos outros
Tanta dor.
Perdi a liberdade, pedir amigos,
Furtei abrigos
E visitei o fundo do poço
E ainda moço
Ressuscitei.
Eu tenho valor
Fui transformado
E vou transformar.
Sou novo homem
Afugentei o “lobisomem”
Que vivia em mim
E agora sim!
Sou digno de admiração
E é com satisfação
Que brado forte
Pela minha sorte
De salvação.
Prosa poética inspirada na imaginação
De assistir um ex-prisioneiro das drogas,
Feliz pela libertação.
Pura inspiração!
Ênio Azevedo