Cidade das neves
Eu sou aquela que nasceu às margens do rio.
No belo manguezal dei meus primeiros passos.
Assisti quietinha e pacata à expansão do meu quintal.
Me chamaram das neves, depois Filipeia, Frederica, mais tarde, Parahyba.
O nome que tenho hoje, foi me dado já na maioridade. Foi escrito com tinta vermelha e fruto de muita confusão.
Aos poucos fui ganhando corpo, me desenvolvendo, crescendo de verdade.
Até que, já com uma certa idade, conheci o mar. E nunca mais deixei de me banhar nele.
Minha história é rica e bonita, não me envergonho do meu passado.
As coisas que construi estão aí, vivas, me desvendando.
De um tempo pra cá fiquei mais moderna, até tenho esticado bastante pra cima.
Mas a saudade de outros tempos está encravada no meu corpo.
Sou aquela que acolho quem se achega, seja de onde for, com carinho e respeito.
Sou bela, sou verde, sou azul e até meio cinza agora.
Também tenho problemas. Quem não os tem na minha família?
Mas tenho encantado cada vez mas gente com minha jovialidade de espirito.
Pro futuro quero mais paz. Quero cuidar mais dos meus. E que seja por igual, sem distinção.
Para isso, peço que eles também me cuidem e me ajudem a continuar firme e olhando pra frente.
Gosto de gente. Maria, José, Francisco, João.
Faço aniversário hoje, dia cinco de agosto e presenteio muitos com meu aconchego.
Parabéns pra mim e pra todas as minhas pessoas.
Uma homenagem aos 434 anos da cidade de João Pessoa.