Amareloucura

<AMAR> Expressão da beleza de quem é feito da reserva do bem que permeia os lugares de simplicidade, a doação sempre oportuna, o alívio santo na fatigada carne, estar à vontade.

<A MARÉ> Quem me dera eu estivesse sempre em alta, assoladora e "inundante", só pra arrastar o que se deixa levar, bailar, bailar e soltar. Eu, pura força, cheia.

<AMARELO> Descortina-se a tua janela, pra eu, que ainda te espero da minha, ver o sol de uma manhã qualquer amarelar a superfície da tua alma pálida e atravessá-la. Só pra mim, só pra eu ver dessa escuridão não sobrar mais nada.

<ELO> Mas se o orgulho me assalta a memória, em prece desejo a clareza que vincula as histórias, construindo na jornada os pedaços que cruzam caminhos. (Teu pedaço ainda me falta.) Pra que testemunhes que não se ama sozinho e enfim me deixes te amar.

<LOU> Se te assusta esta mulher que atravessa a noite e sorri para os medos, segue-a, te peço. Estarão perdidos na segurança de um calor humano, indicativo de vida e presença. A novidade por baixo da pele, correndo nas veias como em outras correm, mas é esta que mais te interessa, onde teu eu se dissolve. (Minto?) O que será mais intrigante que isso? Deixa bagunçar os sentidos, verter o juízo, provocar seus motivos... Vem comigo?

<LOUCURA> Aposte na potencialidade de se jogar, abuse de tudo que se descobriu, escancara a porta já aberta, faça valer cada fútil elogio. Debaixo do meu abraço de nada vale a tua pose. Daí é só provar quão doce é viver o brio de se libertar do cabível que antes lhe coube. Ouse!

<CURA> Vivendo o hoje, sem ignorar as dores que sem querer se trouxe. Não há aplausos pra qualquer ferida, é a vida. Mas se alguém trata da antiga chaga, nova etapa chega e afaga, bem-vindos se fazem os novos sabores. A cicatriz une a pele, o perdão liga a alma, marcam a conquista. Por fim, todo teu ser segue: sob controle, ao próprio dispor e vigor, entregue.

<AMAR É LOUCURA> Quando alguém vier a pensar e recobrar o tino, nada haverá para justificar ou que vá te inocentar por escolher esse destino, nem tampouco alguém terá algum discurso mais útil do que viver esse absurdo. A razão precipitou-se por não achar um lugar que fosse raso pra pensar, mas tu encontras aqui a tua estadia, que nem é da forma que se queria, mas é a tua forma perfeita de aconchegar. E quando, enfim, olhar neste par de olhos que te vê, verás que eles sempre verão, mas só primavera serão diante de você.