A TROMBETA GAULESA, O SAXOFONE SAXÃO
“Como a música, que é unidade, com vários acordes e melodias coordenados, parecendo agir sós mas no final submetidos à vontade do maestro, é a Inglaterra um corpo dirigido pelo soberano, a cabeça, e sua vasta extensão e robustez, todos os seus membros, façam isso ou façam aquilo, respondem a sua maneira ao principal desígnio: este corpo se lança com ímpeto coordenado e unívoco sobre a França e seus múltiplos ducados, destroçando-a e devorando-a. Ou isso, ou seremos um grande cadáver tombado, sem urna, sem filhos, sem memória, mas sem arrependimento. Porque ou nossos Cronistas hão de contar um dia, com força nos pulmões, sobre nossos atos heróicos de agora ou os ingleses terão sido como o turco que é ladrão: boca sem língua, sem poeta ou poesia. E se é verdade que os escoceses quererão se aproveitar de nossa guerra e tumulto na Gália, que um quarto de nossas forças – mais que o bastante! – seja alocada para esmagar os franceses e fazer seu território tremer, como o murro vigoroso sobre a mesa faz vibrar todas as cartas do baralho. E os outros três quartos fiquem aqui, para proteger a porta de casa, contra este cão valente que ladra, o cão Escócia. Será assim? Por que o dono estica um braço para fora de seus muros, o mascote da casa se sentirá o dono de seu jardim, quando ainda tem de lidar com as pernas e o outro braço, o tronco e a cabeça do seu senhor? Terminará enxotado para sua casinha, sem osso que roer!”