Até o Silêncio é Gelado
Pensamentos vagos em Noites de inverno
Entre a madrugada
Fria de inverno
Me faltam as letras
Nos bolsos vazios
De meu velho terno;
Sopram os soluços
Dos loucos ventos
Do pouco tempo
Que não é eterno,
Tempo sorrateiro
Que congela o pampa
Altaneiro e campeiro.
Busco notas em milongas
Frias as desalmadas
As pálidas estrofes
No dueto do meu violão
O som da escrita
E do chimarrão
Vem na lembrança
O Minuano passado
O nó na garganta
Que o sincelo arrebata
Recordação do poeta
Pois agora tudo
Se completa no
Simples rabiscado
Pois na solidão
Do poeta
Até o Silêncio
é gelado