ABRIGANDO O INIMIGO EM SUA CASA

Serias tu nest'hora, em que a miséria desce, pois ao seu âmago?

Do mal a gargalhar ante a tristeza a lhe oprimir!

Ó Vida, em nome da maior piedade, arranca-me de tal prisão!

Eis que lhe imploro

Ao que trago em minha abstrata carne, e tão convulsa, os açoites de meus flagelos

Pelo que me cansei d'esperar, por minh'ânsia... pela própria Esperança

E destarte, algemado m'encontro nest'amargura

Vede, portanto, minha pior desventura!

E assim, o que a Vida então me diz?

Quem sabe:

Enquanto se recordar a ofensa, oh, quanta tortura!

Decerto se lembrará do ofensor a qu'então lhe o feriu

E assim, ei-lo a te machucar novamente

(mesmo à distância de ti)

E por quê?

Porque o abrigas, embora a contragosto, sempre em tu'alma

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02 de agosto de 2019

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 02/08/2019
Reeditado em 02/08/2019
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