Um dia de manhã.

– Acorda amor! — Disse ele com carinho.

– Hã, o que foi amor? — Respondeu ela ainda adormecida.

– Vem ver!

– Ver o que?— Ela ainda sonolenta não entendia o que ele queria.

– Levanta e vem ver comigo! — Respondeu ele insistente.

Ela então levantou, calçou suas pantufas de bichinho, ajeitou os cabelos e esfregando os olhos tentando se manter acordada, acompanhando-o até a porta da sacada.

– Olha, que dia lindo! E ele é todo seu, todos os dias são somente seus!— Disse ele apontando para o céu azul e para o sol raiando no horizonte.

Ela olha para ele com uma expressão de sorriso irônico e diz:

– Você não pode me dar os dias, eles não são seus, são do mundo, ninguém pode ser dono dos dias.

– Pode sim, e você é! — Ele respondeu e continuou.

–Posso lhe dar os meus dias, todos eles, até o último— Afirmou ele convicto.

– E estou lhe dando, todos os dias da minha vida, pois em minhas mãos, eles são apenas dias e nada mais, mas em suas mãos, eles são o futuro hoje, realizado e feliz e nada mais justo, que esses dias pertençam a quem também pertence a minha vida e que faz dela todas manhãs, novos motivos para continuar vivendo e seguindo, porque ao seu lado eles deixam de ser apenas dias e se tornam eternidades!

Ela olhou-o bem nos olhos e viu o brilho da verdade mais pura do seu sentimento, então com um sorriso de felicidade beijou-o com todo amor que sentia em seu coração, pois sabia que quando entregou mesmo silenciosamente os dias dela para ele, não receberia nada menos em troca e se isso é o que chamam de amor, então de nada mais eles precisavam, somente os dias um do outro para serem felizes.

Cláudio Saiere.