Redenção
Parece injusta, mas é a penitência,
A cada revelação ... a clemência,
Translúcido até o momento da comunhão
E eis de novo o homem pronto ao pecado
Os desvios são todos escritos a lápis,
E a indulgência faz, de novo, a folha em branco.
Todos os pecados: o original, os capitais e os mortais,
Prescrevem-se na genuflexão,
A cada confissão, uma nova identidade.
Não é paliativo, é definitivo,
O erro é recorrente, a redenção é decorrente,
Não há estigmas, não há cicatrizes, nem há sequelas,
A expectativa de um pecador é o espaço entre dois pecados
E o ciclo reinicia-se com o pedido do perdão.
E para que a fé não se dilua, em tão efêmera redenção,
É cobrado do Homem o arrependimento...
Que não se esgota no pedido, nem na absolvição,
O livre arbítrio e o discernimento foram juntos catequizados,
Não há pecado que se regenere,
Na crença de se renascer... com uma nova confissão