Redenção

Parece injusta, mas é a penitência,

A cada revelação ... a clemência,

Translúcido até o momento da comunhão

E eis de novo o homem pronto ao pecado

Os desvios são todos escritos a lápis,

E a indulgência faz, de novo, a folha em branco.

Todos os pecados: o original, os capitais e os mortais,

Prescrevem-se na genuflexão,

A cada confissão, uma nova identidade.

Não é paliativo, é definitivo,

O erro é recorrente, a redenção é decorrente,

Não há estigmas, não há cicatrizes, nem há sequelas,

A expectativa de um pecador é o espaço entre dois pecados

E o ciclo reinicia-se com o pedido do perdão.

E para que a fé não se dilua, em tão efêmera redenção,

É cobrado do Homem o arrependimento...

Que não se esgota no pedido, nem na absolvição,

O livre arbítrio e o discernimento foram juntos catequizados,

Não há pecado que se regenere,

Na crença de se renascer... com uma nova confissão

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 27/07/2019
Reeditado em 27/07/2019
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