Texto aleatório.
Os meus olhos vestem tristeza.
Eles se perdem no infinito azul do céu, a expressão desoladora da minha face revela uma alma atormentada por quimeras de outro tempo.
Uma brisa suave começa a soprar.
Permaneço aqui, no meio do nada, olhar perdido neste mar sem fim. Os meus dias se arrastam vagarosamente, como a areia das dunas, e de repente, nada mais faz sentido, tudo se esvai, lentamente... Sou apenas um poeta da solidão no cárcere das palavras cercadas de grades sem rimas.
É fim de tarde.
Daqui a instantes o dia dará passagem para a noite, este final de tarde melancólico será engolido pelos braços da noite, tudo é escuridão, todas as luzes se apagaram, a alma adormece nas trevas de uma noite sem luar.
De angústia se consome o meu coração.
Tristeza crescente, ausência, a alma inquieta, medo e pavor, a incerteza me corroendo por dentro. Vejo apenas o medo. O que sou senão a própria face da nostalgia, o reflexo da dor estampada no meu ser, que aos poucos... Aos poucos desfalece. Eu sou o medo de tudo e de todos, medo da vida, de me calar, de falar, medo do próprio medo figurado em mim. Não sei mais quem sou, nem o que um dia eu fui, ou se um dia vou ser; sei apenas, que nada mais sei.
Sou as nuvens levadas por ventos misteriosos.
Talvez eu não seja mais um poeta, talvez não exista palavras bonitas em mim. O dia se fará de angústias, inúmeros questionamentos. Disseram que enlouqueci não me importo com isso, à loucura habita dentro de todos nós, mais cedo ou tarde ela se manifesta. Prefiro o silêncio insano da minha alma, isolado em mim, do mundo... De todos os mundos aliás. Sou o vento, o nada em um pouco de tudo.