SOPRO DE VIDA ROUBADO

Percebo pela última vez que não haverá mais vezes. Todas as chances voaram nas asas do tempo. Os olhos não enxergam o pôr do sol apressado, nem os ouvidos ouvem o cantar dos pássaros. Minhas mãos não sentem o coração da pessoa amada bater por debaixo delas tornando o barulho do universo uníssono. Meus planetas se alinham e a escuridão, antes pela corrente sanguínea, alcança os batimentos cardíacos. Não há tempo para as lágrimas descerem. Gostaria de dizer que estou bem, mas a vida -ou a falta dela-, se encarrega de não me deixar mentir novamente. E deitando no sono perdido por noites, adormeço pela última vez.

Sem dor, sem medo. Sem nada.

Laura Helen
Enviado por Laura Helen em 21/07/2019
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