Me deu vontade de amar
Me deu vontade de amar.
A brisa doce da Serra
Que no meu corpo derrama
O fio na barriga agudo
Furando minhas entranhas
Na rede que o vento embala
E acendendo a chama.
Pensando na Soledade
Mulata esquia e comprida
Sentindo no olfato o cheiro
E no tremor da barriga
O coração excitado como quem sai duma briga.
A Serra alta pintada
Num verde escuro e cinzento
De cima desce gelado
No corpo derrama o vento
E o Quandu convidando
Pra viver esse momento.
Ô Serra linda da gota
Com gosto de macaxeira
Armada fica a rede
Nos galhos de duas mangueira.
A galinha e o capote
Viram prato requintado
Pra relaxar o esqueleto
Tem um quartinho atrepado
Quem gosta de vida Boa
Da pra ficar animado.
A noite obriga o Homem
Se agarrar na mulher
Debaixo de sete panos
De tão frienta que é
Grudados, agarradim
Até a hora do café.
Quem gosta de aventura
E da rotina sair
De ler um livro deitado
Ou de um banho curtir
A Serra do Paraíso.
Quandu estamos aqui.
Professor Carlos Jaime