Silêncio é Prece

Quando me sento na rede, geralmente tomo impulso para me levantar. Mas, a pouco mais de duas semanas venho me empenhando em fazer orações de amor e calma, de silêncio e de emoção. Sei que no fundo de mim, seja na epiderme do conhecimento ou na luz da distração da razão, levo-me aos Alpes duma energia magnética, que me faz pensar... pensar serenamente na razão, que não me foge o domínio da felicidade.

Nem só de perdas viverá a carne e as paixões, mas de realizações e devaneios perigosos. Não se vê, à luz dos olhos de Deus, nenhuma abstração magnífica e soberana, pois, na imensidão dos desvios emocionais, torno-me loucura completa, irrealizável.

Sou uma abreviação da imensa borbulha de todos em um. Sou uma espinha dorsal que conduz do ímpar ao par em Deus, e ao seu amor fecundo, inimaginalmente eterno e infinito. Amar uma preposição feminina é amar a Deus, amar uma caminhada solar é amar a Deus, amar uma avenida colorida é amar a Deus, e amar a Deus é amar ao mundo. O mundo que tanto precisa de amor.

Não pense em solidão, não seja só aos olhos de si.

Homem algum é uma ilha. Eu, pelo menos, sou um arquipélago. Me junto na superfície dos mares, e me completo, na imensidão dos pares.