O luxo da simplicidade

Um dia ela fez as malas e sem olhar para trás abandonou o luxo dos sentimentos vazios em que morava. No interior deles era frio demais e sua alma estava adoecendo. Foi morar nos confins do coração singelo do rapaz. Sabia que lá era um lugar espaçoso, ensolarado, arejado e que embora a casinha fosse simples, havia sido projetada com esmero para que ela pudesse morar. Lá o clima era ameno, com a temperatura ideal para florescer bons sentimentos e manter os canteiros de amor-perfeito em plena floração o ano inteiro. Na casinha toda pintada de paz, havia flores na varanda, um jardim de reciprocidade a sua volta e uma vista deslumbrante para um mar de sentimentos doces. À tardinha no poente dos braços dele, ela sabia que poderia descansar serena, coberta pelo manto de estrelas que brilham na constelação de amor daqueles olhos e, assim dormeria até que o calor dos seus lábios a acordesse como o sol vestido com um beijo de amor.