Nos Labirintos do Meu Ser
Nos Labirintos do Meu Ser
 
Entre as passagens secretas, do meu submundo
Eu me adentro sozinha e vasculho os entulhos, das velhas construções caídas, que um dia abrigaram vidas.
 
Agora tudo escuro e quieto
O frio faz doer os meus ossos, e azular a minha pele
Eu não sei o que procuro, mas continuo a busca, e no meu inconsciente está gravado, minhas necessidades adormecidas.
 
Não vejo nenhuma centelha de vida, apenas cinzas espalhadas
Como um lençol que se ergue em poeira suja, enquanto meus pés caminham, ao encontro do abismo ou da luz.
 
Como as árvores decíduas, eu me dispo por salvação
Não há morte, apenas a espera pelo verão
Minha nudez não é atípica, é apenas diferente
Estou descartando o fardo que drenava, minha pouca força existente.
 
Mais leve eu flutuo, e o magnetismo da vida me atrai para um risco luminoso, que entra pelas frestas das rachaduras latentes, da minha casa decadente
Eu sigo nessa direção, e meus olhos acostumados com a escuridão, ferem-se, com o clarão do sol que emerge.
 
Emerge, forte, tímido e atrevido, sem exatidão
É uma bela visão que diverge, da minha mente conturbada
Mesmo as nuvens negras, refletem a absolvição dos meus pecados
Que me lançaram num mundo feio, escuro e selvagem 
Cegaram-me, eu andei sem rumo, e não sabia onde detido estava.
 
Agora todo meu corpo brilha, é majestoso ver o sol entre meus galhos vazios, mas ainda fecundos
Mil sonhos estão vagando, rasgando o véu da morte, como fisga afiada de um anzol
E aonde tem sonho, tem vida.
 

Raquel G Morais, 19.
Imagem do Google. 
Agradeço a belíssima interação do
 Poeta do Nordeste

//Levanto-me entre a poeira//
Como as ondas em grão de areia//
Do arrebol tímido do entardecer//
Escuridão que habita meu ser//
Por todos atalhos e labirinto//
A medida exata do que sinto//
Entre as lagrimas do meu labirinto//
Raquel G Morais
Enviado por Raquel G Morais em 07/07/2019
Reeditado em 30/11/2020
Código do texto: T6690325
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