Vivi, ou Fingi
Vivi, ou Fingi
Os anos se passaram, e eu pensei....Eu realmente vivi, ou apenas fingi?
Em grande parte do tempo vivi;
Amei, ri e chorei, sobrou pouco tempo para fingir;
Amei mesmo quando estava odiando;
Ri de mim, e de tudo que foi engraçado;
Ri até da minha tristeza, quando estava me rodeando, tentando fazer morada;
Chorei vários choros, de alegria, de dor e emoção;
Quando o coração estava despedaçado, veio o amor e juntou todos os pedaços;
A vida é isso, passar por todo tipo de emoção;
Nenhuma dura para sempre, mas o tempo necessário para aprender e crescer;
Não adianta fugir ou se esconder;
A vida respeita, quem luta com ela sem esmorecer;
Estive em vários estados de sentimentos, de todos tirei o melhor proveito;
Até daqueles que vieram tentando me aniquilar;
Deles eu fiz rebentos;
Mudei vários conceitos, que estavam arraigados, me mantendo estacionada em algum recanto da mente, onde não eram explorados;
A vida é como as estações do ano;
Cada uma tem seu tempo, mas estações tem tempo determinado, e na vida é indeterminado;
Ninguém sabe, quando o seu estará esgotado;
Passei por estações belas, floridas e alegres;
Claras, luminosas, cheias de descobertas, que me deixaram fascinada;
Colhi da vida várias coisas, nem sempre o esperado;
As vezes permitimos que plantem na nossa terra, e não podemos prever o fruto que vai nascer;
Mas de tudo que colhi, sempre agradeci;
Se o fruto era amargo ou doce, sempre serviu, e nunca desfaleci;
Uns foram alimentos, outros remédios, mantendo corpo e alma, sadios e despertos;
Teve dias frios e sombrios, o qual o sol pouco aparecia;
Mas juntei toda a minha bagagem, fiz dela uma fagueira, e assim me aqueci;
O tempo passou....vivi, cresci e aprendi;
Fingir? Bem....As vezes é inevitável, nem todos suportam a nossa autenticidade;
Louvo por estar aqui, tendo a oportunidade de tudo participar;
Mudando e sendo mudada, e nunca estar parada;
Pois a vida não espera, quem não pensa, não age e decide, ficando estagnada;
Ela passa, e nunca rescinde, não espera retardatários.
Raquel G Morais, 19.