Manjar dos Deuses

Manjar dos Deuses

Nós nos conhecemos de forma inusitada, inesperada;

Você flertou com meu coração, para meu deleite, meu gozo;

Deparei-me com o singular, atraiu minha atenção, e meu olhar;

Fomos sugados pelos olhos, nossas almas brilhando na retina curiosa;

Até ser fechada pelos cílios, de nossos corpos se tocando descortinados;

Não precisou palavras, foi como se dois mares se encontrassem;

Desconhecidos, nós nos enlaçamos sem nenhuma estranheza, fomos predestinados;

Nossas águas foram agitadas, numa maré de sensações;

Que furiosas se ergueram, se duelaram, até ser quebrada na praia do prazer profundo;

Reconhecimento, de um desejo que almejava, mas julgava não existir, uma alusão;

Nossas almas se agarraram, em uma simbiose de harmonia fecunda;

Despedaçando o parasitismo, quebrando as geleiras;

Evocando um fogo celestial, mandado com mil fagulhas acesas;

Derretendo as grades, que nossos corações se encontravam;

Foi um choque inevitável de nossas carnes, que derramaram um suco, de paixão e poder;

Somente conhecido pelos deuses, no altar sagrado e profano;

O sabor e aroma desvendados, bebemos em uma taça nunca usada, e agora deflorada;

Esse líquido nos causa um transe, e somos arrebatados para um lugar, que nossos pés jamais pisaram;

Agora o caminho conhecido, é aberto por uma chave;

Que se faz sempre nova, todas as vezes que nossos corpos se tocam;

Você se tornou um vício, que eu preciso e respiro;

Cada inalação faz correr em minhas veias, um fogo que lambe todos os meus desejos.

Raquel G Morais, 19.

Raquel G Morais
Enviado por Raquel G Morais em 05/07/2019
Reeditado em 05/07/2019
Código do texto: T6688731
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