Sempre conto para mim, histórias de mim mesmo

Silêncios se roçam em saudades na verdade das imagens lindas.

A vida brinca de balanço no que concerne à desilusão e a esperança, porque é fato que nada é constante, exceto o tempo que segue viagem acenando para os calendários. Há tantas paisagens nas olheiras de meus cansaços. Fiz moradia em planos e sonhos; E um dia, um tanto deles se realizaram, outros tantos se perderam.

As pessoas são dotadas de faculdades perceptivas, mas o que mais enxergam é o vazio existencial. Isso pela fatalidade da impotência diante de certas dificuldades.

Os navios ancoram no cais de minha solidão e fico a margear praias, estendendo-me oceano no teu corpo lindo. As lamentações são obras dos devaneios e daquilo que podia ter sido, mas não foi. Sou mesmo essa sobriedade, quando sentado na varanda de meus pensamentos, avisto o sol beijando montes, na despedida triste para adentrar o escuro. E quando em lágrimas me banho, vejo estrelas, tais quais pirilampos grudados no céu, todas exibindo brilhos sobre a aparência fosca. Presente do sol, que faz amor. Assim, houve luz em mim um dia.

Sempre conto para mim, histórias de mim mesmo. Sou quadro negro rabiscado com o giz da felicidade e depois apagado com a esponja do arremate. Não existe final feliz, senão em estórias que nunca se perguntaram o que é o fim. Todo término é um imenso vazio; Isso no plano material. Degradação da concretude, marcas da alma.

Takinho
Enviado por Takinho em 04/07/2019
Reeditado em 11/08/2020
Código do texto: T6688621
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