Os nossos limões de cada dia...

A todos aqueles desanimados indivíduos que, por destino, desventura ou falta de empenho educacional e funcional, tenham somatizado limões e mais limões, azedíssimos limões nas fases iniciais da vida produtiva, aqui aceitem a minha solidariedade...

     Tadinhos! Mas será que só por esse particularíssimo motivo, deveria ser garantido a tais sofredoras criaturas o direito natural de revidarem, e também assim tratarem com azedume constante as pessoas que nos mesmos períodos tenham recebido deslumbrantes aves nobres, belos e suculentos peixes, ou ainda tentadores leitõezinhos pururucas devidamente acompanhados de provocantes e apetitosas maçãs?!...       

      Pessoalmente não me permito aceitar isso, tal deselegante revide, até mesmo porque nesses casos esporádicos, a própria vida se encarregaria de ensiná-los a espremerem os seus limõezinhos, ao invés de espargi-los ardidamente nos olhos dos seus inocentes expectadores... os quais quase certamente não têm nenhuma culpa do seu circunstancialmente triste destino.

     Além de também existir muito valor moral e participativo agregado no ato de se espremerem alguns limões para um bom e revigorante suco, ou para temperar um bom prato.

     Mormente se tal delicioso prato for amorosamente dividido com alguém...

...no brevíssimo transcorrer desta vida que ora nos dado vivermos apaixonada, solidária, mútua  e proativamente debaixo do Sol, que a todos alumia e aquece, indistintamente.

Armeniz Müller.

...Oarrazoadorpoético.