Milongas Milongueiros

Quando entoam as seresteiras

Nas orgias madrugadeiras,

Soa a milonga que toca a alma,

Silencia o berro das porfias.

Sonho exalado em orgias

Acordes aquecem a noite fria

Sou poeta na dor da milonga,

Sua clave e nota tudo ensina

Com ela valseio minha lagrimas.

Floreio o meu amor a china

Milonga nasceu aos olhos da lua,

ficou gigante em toda pampa continentina.

Toca o milongueiro com tom de feiticeiro

Ecoam notas da serra a baixada,

Acolhimentos de amores sofridos

Assovio do tiro das armadas

Berravam em toda estampa "gaúcha"

O som de todas as cornetas caladas.

Os berros de quero-quero traz

consigo o sonho da igualdade

O berro da liberdade da pampa farrapa

Milonga que embala sonhos,

Nas claves da fronteira que o timbre

aquece e espanta os medos medonhos.

Milonga que faz a varredura

nos tombos e em todos meus lemas

chuleia nas esporas todos meus temas

Melodia que translucida me faz bem:

Versos que abraçam aos que muito tem,

E dá de consolo aos que nada tem.

Milongas e milongueiros

Acordes do poeta nobre

Encilha tua nota a custa

de algum cobre

Toca o silente da nota solta

Deixe a mescla da lira

Desvendar teu som na madrugada

A orgia de uma milonga bem dedilhada.

Seu eterno menino
Enviado por Seu eterno menino em 28/06/2019
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