Transcendental
Como um anjo caído que se recusa a perder as asas, observei sua queda me atravessar entre os lençóis do meu altar.
Como a sombra que esgueira nos corredores de Creta, prestes a atacar, senti o ímpeto verdadeiro de lhe abocanhar como o ouroboros que se renova ao se devorar.
Como a memória de um quadro pintado nas paredes do meu paladar, gravei seu gosto e o gosto de todas as coisas que deliberadamente me foram roubadas, para o meu prazer.
Aos deuses que observam as ervas daninhas crescerem nos portões do paraíso, dedico os frutos das paixões que descobri nos lábios da quimera que surgiu no meu quintal.