CRENÇA ILUSÓRIA
Amadurece na mente
O pensamento insistente
Criando uma imagem de você.
Pergunto para que a quero
Se já tenho a que venero
Sem nunca perguntar porque.
De repente, o que era belo
No coração habituado ao singelo
Redesenha-se em outro perfil.
Há detalhes tão insinuantes
Que, mesmo por instantes,
Preciso passar pelo crivo vil.
É que quando pensamentos nascem
Sobre o que já possui uma face,
São suspeitos e perversos.
Nascem das dúvidas – malditas sejam,
Estas que teimam e ensejam
Descolorir o azul universo.
Às vezes prefiro a ilusão insurgente,
Que me fez amá-lo indiferente
Aos apelos da razão fria.
Escolho vê-lo atrás do véu
Que encobre a visão do céu
De minhas ambições vadias!
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Se me engana o ilusório desejo,
Quero vivê-lo nesse avesso
Antes que se encerre o meu dia!
-.-.-.-.-
Najet,
Janeiro de 2019.
Editado em Junho de 2019