SEJA HONESTO CONSIGO MESMO
Ciclópico a que sou nesta vital e sagrada jornada
E não s'é tal a sorte de todos?
Pelas luzes a que nela obscuras se fazem
Das fugidias figuras a nos achegarem... o tempo todo
Para aonde vou?
Onde, pois estou?
E quem aqui eu sou?
Não sei! Deveras qu'eu não sei!
Nesta vida qu'eu levo... sem saber de nada!
(nem dela.. nem de mim mesmo!)
Ah! Quão ingênuos os que acham... que acharam... o qu'eu não sei
E tão convencidos são... de suas tolas falácias!
Destes que se cegaram pelo falso fulgor de suas idolatradas luzes!
Ou qu'entupiram seus ouvidos com mil lorotas e balelas
A me olhar com total desdém... visto qu'eu não os sigo!
(já que mentir para mim mesmo... oh! eis qu'eu não faço, nem consigo!)
Não! Caso eu não prove d'alguma cara iguaria
Não sairei pelo mundo a dizer "sê-la o melhor dos manjares"
Isto é ser bobo demais
Isto seria uma grande hipocrisia
Então, tal não o farei... (como tantos o fazem!)
Não! Não sou um "maria-vai-com-as-outras"
Tenho caráter... tenho decência
E assim... dúvidas?!
Oh! Quantas eu tenho... (sem dúvida!)
Mas, prefiro-as... assim mesmo
E amo-as, a apoiar-me nas "mentirosas verdades" e certezas alheias
Não! Sou honesto comigo mesmo
Sejas tu... também!
***********************
15 de junho de 2019