TAPETE ENCARNADO DE SANGUE
Glamour no tapete vermelho,
Vermelho sangue!
Mancha torpe,
Mostrou o espelho
Que gravava tudo.
Pose falsa
Pisada em falso
Dançando valsa
Sobre o sofrer de muitos...
Tapete manchado
Encarnado
Sujo da vergonha
E da ironia risonha
Dos falsos moralistas
Que incham as listas
Desse país.
O “sangue” pisado
Sangue-vida
A nossa ferida
Nossa sim!
De todos aqueles
Que enfim
Sentem as pisadas
As marcas registradas
Na alma.
Reação do sangue
Maltratado pela gangue
Que desfila
E nem olha o mangue
Onde a lama
Cobre aqueles que alimentam
Que sustentam
E são saqueados
E mortos
Em vida.
Ênio Azevedo