manacá
aquela flor de manacá
mais baixa
sob luz de um abajur baixo
cinde cada digital pequena
de dedos leves movimentos
caligráficos de uma grafia
sem rumo e desprendida
feito uma desprendida pétala
da tez altiva desse manacá
que, disso estou certo,
acusa o lado poente
o mesmo lado em flor
da sua mais alta ceia
de cálices lilás
pra uma estrela em luz,
ao que se sabe,
que nunca soube
das oferendas daqui
mas, assim, ignorante
sempre passeia pelo céu
pelo céu do manacá
o porquê eu não sei
mas o seu passeio é belo - é claro,
é belo enquando escrevo,
quando não,
é só um sol cotidiano
de mais um tédio que sou
quando não miro
esse manacá