DIA DOS NAMORADOS...
Amo o amor, por excelência. O sentir, o desejar, o próprio sentimento, sem o objeto de causa. Amo amor sem nome e sem sujeito ativado!
Amar o amor traz-me paz e a certeza duma vida plena de lealdade. Não há vazio, nem mesmo a espera por nada. A não ser pelo próprio amor.
Alcanço o luar e o infinito, dando essa fortuna a um coração desesperado. Que não maltrate, que não traga dor nem vago torpor.
Não ter nada e nem pedir nada, eis o segredo do verdeiro amor. Desdenhar de quem se entrega da primeira vez com intensidade, depois vai embora na mão silente do adeus.
Poder brincar com a paisagem que é pura miragem duma memória decomposta, em pedaços de cristais, que já não colam mais.
Abrir os olhos e sentir aquele doce "minuano" -- se esvaindo pelas mãos, que outrora, era já quase nada. Oh, glorioso amor, resplandece teu louvor em causa do sentir maior!
As andorinhas cantam ainda nos madrigais dos meus jardins, repletos de flores amarelas e vermelhas, que sorriem para os que ainda amam.
Do beijo que fora dado, do desejo tão bem ilustrado em arabescos desenhados, sob compassos de carícias feitas na madrugada solitária...
Do manto felpudo que embalava os sonhos em encantos mil, hoje resta ainda, o ardor desmedido, em temperos de canela!
Nos céus, tocam as flautas que harmonizam o eco vibrante de um "eu te amo". De um eu te levarei ao alto das montanhas imensas...
Do amor perfeito, ficaram os ecos dispostos em bandeirinhas de festas juninas, querendo enfeitar ainda meu coração, que teima em se esconder dessas datas!
Daquela noite toda consagrada em velas e taças de vinhos, sinto ainda o ritmo duma dança sensualizada, em vibrações especiais, que aguçam os desejos da próxima temporada...
Sirvo em jarras coloridas, goles fartos dos prazeres oferecidos, em sagrados sentires, do que é mesmo o amor, feito num leito transversal, onde os gemidos sucumbiram...
Presumo que a invernada que se aproxima trará flores novas e menos furtivas, para enfeitar os jardins invisíveis dessa nova morada....
LMBLM
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