PARA UMA MULHER AUSENTE

 

 

A ti eu dedico este arrulho nesta tarde, desejando que as minhas palavras criem asas no tempo.

Pequena e doce mulher, onde estejas ou para aonde tu vais, eu quero que tu saibas que a ternura molha a minha voz, e a minha voz agora te chama.

Por ti, mais longe que as montanhas distantes, mais longe ainda do que as estrelas distantes, mais para longe eu olho e mais longe eu me sinto de ti.

Existe aqui entre os meus braços um vazio, pois a ti pertencia o espaço do meu peito, e agora, eu sinto a sombra do teu corpo ausente de mim.

Tu foste flor do meu coração, foste água da minha alma, e eu bebia sôfrego o teu quente hálito de mulher, pois afinal, foste minha também.

Lembro-te entristecido em meu silêncio e, mergulhado nele, lembro-me do teu sorriso lindo quando brotava uma malícia conquistadora, mas agora, brota no meu peito uma árvore de saudades e dores.

Tu me invades e me ocupas assim como o ar ocupa as salas vazias, e o aroma exalado das flores noturnas, agora invadem pela minha janela.

Ah mulher por que te fizeste ausente?

Chamo-te dentro da noite, e a minha voz cai e se arrasta tropeçando nas palavras e tu não as ouve.

Oh ausente!

A minha voz continua te chamando.

Por que partiste?

Por que te foste?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 24/09/2007
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