Noite Industrial

As garotas se protegem do frio em suas jaquetas pretas

Pouca gente na rua, mas esse é o lugar

O toque especial da próxima geração que se aproxima

E guardará em contêineres os costumes adotados até então

Motins de juvenília em frente ao Hellion Pub

A noite industrial dos canos silenciosos da cidade

Cuspindo a fumaça que nos trará feijões enlatados

Entre prédios e casas de máquinas

Ruas estreitas e solitárias

Desprovidas de vida, não dão em lugar nenhum

Imensas paredes de armazéns portuários

Fios de guindastes cortando o quadro do céu

Torram sob o sol durante o dia

E à noite, iluminam o porto com suas luzes e sinalizadores

A carcaça do antigo trem municipal

Sentindo o tempo lhe cobrar os anos que se passaram,

Em títulos da dívida pública, pelo erro de existir

Rangendo as rodas nos carrosséis

E a rapaziada no Pub... Ainda está rolando um som por lá

Alguém passa e diz: "Esses caras tocam bem!"

E eu respondo: "A música está muito alta para conversar!"

Eu gosto de ir, mas costumo evitar.

E a coisa segue... Vaga de sentido

Em frente ao Pub, vejo duas sombras correrem pelos cantos

Entram em um beco, e meio que sem motivo algum

Fui me certificar de que estava tudo bem

Ao chegar na entrada do beco, percebi que não havia ninguém

Senti meus pelos se eriçarem, pele nervosa de medo

O que poderia ter sido aquilo?

Pensei.

Um senhor, morador de rua, ao que me pareceu, surgiu do nada

Não o vi descendo a rua, nem em frente ao Pub

Mas passando por trás de mim, ele disse:

O que pertence ao porto, fica no porto

Revivendo os sonhos trazidos pela segunda guerra

As sombras da cidade vagam por estas ruas

E você não tem nada a ver com isso.

Poems By Lucas Urudelo__
Enviado por Poems By Lucas Urudelo__ em 06/06/2019
Reeditado em 13/06/2019
Código do texto: T6666111
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