Conduzir loucamente rápido pelas ruas vazias
Conduzir loucamente rápido pelas ruas vazias, não em direção a si mesmo, mas fugindo de si mesmo. Em tédio morto, não esfriar-se sem acordar-se, sem amar. Estender-se através de anúncios nas pontes e tornar-se um brilho fraco, no cativante vidro das janelas sem fim. Correr sem alma, refletindo em fragmentos de gelo, rasgando concreto. Não estar doente, não simpatizar, apressar-se no abismo para avançar os outros. Acelerar-se para alcançar o êxtase da velocidade. Na gama de paixões ardentes estender-se no prazer. O olhar há muito tempo absorveu os olhos, a boca está cheia de silêncio. Não pressionar os freios nas curvas voando pelas encruzilhadas. O que estará à frente? Não importa. O final é previsível. A noite se ilumina como um sonho frio. O vento começa a brincar espalhando a neve.