Pobre menina
Cansada de ver amor onde só existia dor. Cansada de procurar abrigo e se sentir ao relento. Queria amor e carinho e recebia apenas xingamentos. Menina carente que era, enxergava apenas as coisas mais belas de um amor que só sabia machucar. Quantas vezes com ele ela estava, ele com suas juras falsas de amor e ela, com suas falas de menina apaixonada, não enxergava o que ele queria. As pessoas ao seu redor diziam "cuidado menina", "ele não é tudo isso que você pensa" e ela sorria. Ele gritava e ela achava normal, mas aqueles gritos se tornaram frequentes e aquilo já lhe incomodava, para ela também não era algo normal, contudo, se no fim de tudo, ele sempre dissesse que a amava, ela como uma tola acreditava. Sexo sem consentimento acontecia. Quando ela falava não, ele ria e ela, sem saída, se rendia, não sentia prazer, apenas nojo, não sentia amor em seus beijos, apenas desgosto e se perguntava, por que ela se permitia passar por tudo aquilo? Se ele não a entendia, ele não demostrava mais amor, queria apenas usar o seu corpo, sentir o seu sabor depois ir embora e falar dela com desamor. Ele não sabia nada dela e o que falava era apenas um monte de mentiras. Durante todo esse tempo ele só olhava para si próprio, não via como ela sofria com aquelas palavras frias. Ela se sentia tão incapaz e para ele tudo continuava bem, tinha o que queria porque ele sabia que sempre que quisesse, ela estaria lá, e quando ela falava que não queria mais ele, ele diria que ela era louca, uma desequilibrada, que homem como ele ela nunca acharia, e ela mulher fraca se sentia. Não sabia como sair disso. Ele não sabe sobre as noites que ela passou chorando se perguntando porque ela se consentia penar tanto. Na escuridão, a única saída que ela via era a morte. Suportou tanto que agora já não tinha mais lugar para guardar tanta dor.
Quantas vezes ela tentou da vida escapar? Por não aguentar mais sofrer tanto. Ela sabia que não era mais amor o que sentia, era dor, ódio, medo, tristeza, mas, ela se desiludia. Romantizou tudo o que ele dizia, como que ele nunca a mão nela encostou. Então, concluía que o que ele sentia por ela era amor de verdade. A pobre menina se ergueu novamente, migalhas não quer mais aceitar, resolveu ser dona de sua própria vida e em seu corpo mandar. Hoje ela se ama em primeiro lugar, pensa em si mesma em primeiramente. Ele ainda a procura mas, hoje, ela não se importa, sua vida mudou.