Você era mar, eu, amar, nós, amor

Sentado na beira do caminho, observando planícies sendo assediadas pelas carícias do vento. São nobres todos os farfalhares por entre folhagens. A tarde em seu desfecho me dá páginas para folhear.

Tal qual menino me penduro na réstia de vermelho alaranjado que o crepúsculo deixa por uns minutos. Lembro-me de você.

Há em ti, um céu enluarado que despeja estrelas em minhas retinas, quando na porta da noite, toco a campainha da saudade.

Sibila, o silêncio, aquela canção do íntimo que teu coração tocava e eu ouvia deitado em teus seios. O cheiro de tua pele exalando quenturas fazia-me barco navegante no teu prazer. Você era mar, eu, amar, nós, amor.

O escuro intensificando-se vem escondendo paisagens e revelando brilhos. Em mim, tanta noite, que sou abismo. Vasto é meu ser, que deixou de ser por você.Tristeza é algo que mendiga pelas beiradas dos sonhos. Vive de fiapos de esperança e se veste de gala no castelo das desilusões.

A poeira, tal qual colcha retalhada de pegadas, cobre a estrada para que durma serenamente. Levanto-me; E como o vento que passou mais cedo, vou assediar minha solidão, contando-lhe de prazeres de outras noites.

Takinho
Enviado por Takinho em 03/06/2019
Reeditado em 24/08/2020
Código do texto: T6664262
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