POR QUE "AMOR" ALGUMAS VEZES RIMA TANTO COM "DOR"?
O amor
A sempre receber... quando realmente... se dá
D'outro modo não s'é de fato... amor
Heresia a levar seu sacro nome
E destarte, que ninguém então s'engane
A desejar recebê-lo só por que o dá
(s'é que de fato o deu!)
Oh! neste caso, certamente que não se dá... amor
Só barganha... a profanar seu precioso nome
Pelo qu'então macula, pois sua dádiva
E destarte não dá... amor... (oh! decerto que não!)
Visto que... não se dá...
Ao qu'então, naquel'hora, chorará o triste miserável
Do sonho que s'encontra agora tão somente no passado
Dos risos a que tornaram-se lágrimas e gemidos
Pelo falso amor que em seu prazo aqui s'esteve
E nele tolamente acreditou
Porém, partiu... foi embora
Do doce aroma a que nest'instante não mais sente
De seu brilho a que de repente se apagou
Ao que no relâmpago de seu gozo
Oh! mais tarde só ficou amargo pranto
Sem saber que o que se achava ser amor... oh! vede que logo passou!
Do espaço entre as estrofes da antiga canção
Ai! nada mais se sente... nem saudades deixou
Fugiu! Ao que, portanto, na memória não ficou...
E assim, daqueles versos que agora não mais s'escutam
Das melodias d'antes que não mais neste tempo se ouvem
Só restaram gemidos e amarguras
Morreu, pois o que num prazo tanto se acreditara ser... amor
E o que se conclui?
Não é à toa que para muitos "amor" rima tanto com "dor"!
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03 de junho de 2019