POR QUE "AMOR" ALGUMAS VEZES RIMA TANTO COM "DOR"?

O amor

A sempre receber... quando realmente... se dá

D'outro modo não s'é de fato... amor

Heresia a levar seu sacro nome

E destarte, que ninguém então s'engane

A desejar recebê-lo só por que o dá

(s'é que de fato o deu!)

Oh! neste caso, certamente que não se dá... amor

Só barganha... a profanar seu precioso nome

Pelo qu'então macula, pois sua dádiva

E destarte não dá... amor... (oh! decerto que não!)

Visto que... não se dá...

Ao qu'então, naquel'hora, chorará o triste miserável

Do sonho que s'encontra agora tão somente no passado

Dos risos a que tornaram-se lágrimas e gemidos

Pelo falso amor que em seu prazo aqui s'esteve

E nele tolamente acreditou

Porém, partiu... foi embora

Do doce aroma a que nest'instante não mais sente

De seu brilho a que de repente se apagou

Ao que no relâmpago de seu gozo

Oh! mais tarde só ficou amargo pranto

Sem saber que o que se achava ser amor... oh! vede que logo passou!

Do espaço entre as estrofes da antiga canção

Ai! nada mais se sente... nem saudades deixou

Fugiu! Ao que, portanto, na memória não ficou...

E assim, daqueles versos que agora não mais s'escutam

Das melodias d'antes que não mais neste tempo se ouvem

Só restaram gemidos e amarguras

Morreu, pois o que num prazo tanto se acreditara ser... amor

E o que se conclui?

Não é à toa que para muitos "amor" rima tanto com "dor"!

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03 de junho de 2019

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 03/06/2019
Reeditado em 03/06/2019
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