TEMPO DE ENCONTRAR
Achou-me a luz de todo desnudo... a minh'alma
Que bom!
Não! Não me defenderei dos duros golpes das trevas d'outrora
Nem m'esquivarei de seus açoites
Oh, não mais agora! A Vida me defende!
Pelo que nest'instante submisso sou todo à mística voz do Eterno
Ao que as antigas luzes a que em tal grau me fascinaram
E, portanto me enjaulavam nas redes do tempo
Mas eis qu'elas se agonizam no crepúsculo do Novo Dia
Pelo que morto agora sou
Ao que o tempo destruir-me não, pois conseguiu
E, ao contrário, é o tempo que agora de mim se retira
E agoniza... e expira
Tempo de morrer
Ainda bem!
Qual grão de trigo a cair na terra... e nela precisamente morre
Do contrário, frutos não dará!
E o qu'então farei?
Prantear-me-ei?
Olharei para trás?
Arrepender-me-ei de ter deixado tudo o mais... dar o fora?
Não! De form’alguma
Regozijar-me-ei... então
Pela beatitude a m'inebriar... pelo que assim m'encontro
E nela...eu totalmente sou... sem medo... sem reservas
Deus...
A Verdade...
O Sumo Bem...
Do céu qu'é minh'alma
Quando nela... Deus s'encontra
Quando eu m'encontro... com Deus
Quando eu então estou... comigo mesmo
E neste místico encontro. posso no agora do tempo dizer como o Mestre:
Eu e Deus... somos Um
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03 de junho de 2019