Infima esperança
INFIMA ESPERANÇA
Nem me importo com a prisão perpétua,
com trabalho forçado, algemas em brasa.
Os momentos que roubei de você,
hão de valer por toda uma vida inteira.
Incenso, mirra, fogo insano de orgias.
Depois de ser condenada culpada,
e ser apedrejada pelo lado de dentro,
eis que no calvário da amiga solidão,
surgiu ínfima e cabisbaixa: A esperança!
Brotando das fendas do meu coração.
Mas, foi meramente um lampejo nos olhos
um toque esguio da sua mão tremulando.
Serei eu inocentada, como ré primária,
ou será você, um reincidente condenado,
por aquele agridoce alucinógeno?