PARAÍSO PERDIDO

Cadavérico aglomerado urbano

Da sensibilidade que nele não mais s'encarna

Das duras horas que insistem em s'estender

E esse tempo... que não passa!

No amargo cálice da peçonha então nele mergulhada

A qu'este prazo tanto nos oferta

E que a todos obriga a tomá-lo

O sabor do inferno!

Dos lírios dos jardins nas praças e quintais que não mais s'existem

Das belas aves que já fugiram, faz tempo!

E de ambos não mais se vêem

E assim a ouvir apenas as lamúrias nos hortos da vida

A s'escutar os gemidos dos crucificados do existir

E nas ruas e avenidas das cidades...

eis que nos roubam as carteiras e demais pertences!

E nas esquinas da vida...

oh! vede que nos tiram da cara nossos sorrisos

Eis que nos roubam nossa paz!

Ai! Por que este desespero a que em noss'alma em tal grau assola?

E como ela grita... e chora!

Da felicidade a parecer, no entender do mundo,

não termos dela nenhum direito

Ou considerar um crime hediondo... neste tempo... em ser feliz

E destarte, por covardia de muitos, quantos então a ela renunciaram:

A felicidade

E a antiga lenda do reino dos céus na terra...

Ai! doce utopia!

Dela não mais então lembramos

E vivemos apenas... por viver!

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2 de junho de 2019

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 02/06/2019
Reeditado em 02/06/2019
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