Ah se você me conhecesse!

Ficaria admirado com o sabor das almôndegas, do mousse de maracujá que faço ou talvez ainda ficaria estupefato com o sabor do meu beijo.

Ficaria perplexo com os livros que leio, com os absurdos que escrevo e ainda pior, ficaria pasmo com as coisas que vejo no céu.

Talvez ficaria decepcionado que não sei fazer bolo, que não sei nadar e também poderia se frustrar com algumas músicas bregas que gosto de ouvir de vez em quando.

Se surpreenderia com o que já vi nesse mundão, quantos passos dei por lugares desconhecidos e também poderia colaborar com as minhas elucubrações nas crendices alheias.

Acredito que adoraria minha disposição em ouvir as pessoas, do meu sofá que vira cama aos finais de semana e talvez também aprovaria o meu jeito de me aninhar no teu colo.

De repente se sentiria a vontade em me tocar, de me contar o apelido que ganhou na adolescência e talvez ainda aceite assistir um filme francês comigo.

Talvez não concorde com essa minha opinião vaga sobre a política, sobre os filósofos que me orientam (ou desorientam, não sei) ou ainda nem goste tanto da cor azul como eu.

Será que teria medo do meu jeito realista, das minhas fantasias, ou ainda desse amor imenso que trago no peito e que talvez eu queira te dar?

Talvez se decepcione, surpreenda, discorde, se encoraje, tenha medo, aprove. Talvez se frustre, adore, se admire, reprove. Talvez se apaixone, sinta raiva, sinta vida ou talvez ainda...eu te ame.