Quem sou eu
e se por algum acaso
te interessas em saber de que sou feito,
tentarei,
de alguma forma,
resumir nessas palavras
o excesso e demasia,
e também a falta.
construi-me por meio do não-querer,
olhava os outros,
e via,
olhava o homem,
e também o via,
descobri logo cedo minha caracteristica
pitoresca,
não ansiava em tornar-me nada que já havia visto,
desejava ser algo novo,
não que considerava em hora alguma,
que isso fosse a ser melhor,
mas, sempre fui apaixonado pela idéia
do eu particular de cada um.
injetei-me altas doses de esperança,
e acumulei níveis altíssimos de afeto,
e também os guardei.
cessei grande porcentagem de virilidade,
e me acostumei em demasia ao ameno,
morno...
e assim, fui vivendo...
espero ter saciado-lhe a curiosidade de conhecer-me,
eu,
que por mais ordinário que seja,
não sou comúm,
e tão pouco melhor,
sou o nervo que acolheu e abraçou
aquilo que o mundo teimava em deixar de lado,
hoje sou amor,
puro, medroso e também,
sem pudor.