Velhice de cada dia
Vai-se o tempo, se arrastando com sol nos calcanhares. Tingindo estradas de dias e noites com pinceladas de madrugadas.
Das janelas sobram olhares distantes, voltados para a mesmice das vivências. A vida brinca nas tênues linhas das ilusões.
Nos jardins, os canteiros reverenciam novas pétalas embalando folhas secas na terra úmida. Assim são as pessoas acolhendo no colo da meninice e da juventude, toda velhice de cada dia.
Caminhos da vida: paisagens que se transformam a cada novo passo.
Saudades são grafites nas paredes das lamentações.
Formas e riscos que misturam desenhos e desejos.
Aventuras são servidas nas bandejas das ousadias e dos receios.
Há quem se entrega e há quem foge. É que a vida é feita de escolhas e às vezes de pressão. A escravatura, em tempos modernos se dá pela fabricação das próprias correntes.
O tempo dança tango enlaçando pernas e fragilizando-as na beleza do ritmo.
Notório o olhar para o concreto proveniente dos labores. Espelhos contam sorrisos e prantos; E na resenha de alguns acontecimentos, vê-se o cansaço adquirido ao longo dos anos. O viver é esse renascer a cada dia, de forma diferente, assim como as flores entende que o desabrochar é também o início do fim do viço. Murcha-se, mas pessoas são insubstituíveis. Cada uma em sua essência tem a beleza única. Desvendá-la, às vezes é necessário. Inspirá-la e exercitá-la, mais ainda.
Autoria: Takinho
Leiam a poetisa Aparecida Ramos (Isis Dumont)
https://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=74777
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São crônicas e poemas maravilhosos! Um espetáculo em literatura!