Fica...
Noite alta. A música da festa já serenava, sussurrava.
De onde chegáramos? Não sei.
Estivéramos juntos? Não sei.
Eu me prostrara num quarto qualquer, a porta entreaberta, a meia-luz invadia timidamente e uma penumbra suave me acalentava.
Então surgiste. Espreitaste-me com candura quase materna e te achegaste. Cobriste-me com teu corpo, tomaste-me entre os dedos. Beijaste-me a testa, beijaste-me os lábios. Fitaste-me longa e profundamente. Então colamos nossos rostos, nossas almas se enlaçaram.
E assim restamos pela eternidade de um sonho.
Ao despertar, não sofri tua ausência. Ainda me habitavas.
Sorri e suspirei.
Bom dia.