Minha mania de espalhar letras por aí

Que é que se faz, quando nada pode ser feito?

Nada, não cabe em tudo que sinto aqui dentro.

Nada, não cabe nas palavras que ficam arranhando minha língua.

Nada, não cabe nos abraços calcados no meu travesseiro.

Nada, não cabe nessa vontade insuportável de caber no teu cangote.

Nada, não cabe nos segundos que passam pelos poros nas minhas transpirações.

Nada, não cabe nos semáforos fechados em que finjo não te procurar.

Nada, não cabe na minha mania de espalhar letras por aí a te perseguir.

Nada, não cabe nesse fluido que corre aqui dentro, insistindo que o nada não existe.

Nada, nada de nada...não cabe entre mim e o que quero de você.