Escrito Na Cratera
O rompimento dos primeiros povos habitantes da terra
Gigante abertura tortuosa no cume de um vulcão
Considerado morto há mais de mil anos atrás
Agora espalha suas chamas até onde a vista alcança
O homem como ser inanimado
Escrevendo em lamentos o que o poeta já dizia
Com uma lâmina, ele acerta a fera bem no olho
Mas ela se multiplica e ganha força
Assim como nas duas grandes guerras
Os ventos silenciaram o canto da cotovia
Os animais se ergueram em um motim contra o homem
O mar revolto nos quatro cantos do mundo
Cidades inteiras evacuadas e resumidas
O fantasma da fome chegou para a alta sociedade
A vida vestiu o véu negro das tempestades norte-americanas
E trouxe meses inteiros de ventanias e chuvas em dilúvio
Teve início a terceira grande guerra
Movem-se as peças descartáveis no imenso tabuleiro azul
Drones e aeronaves não tripuladas cruzam a fronteira
Bombas suficientes para explodir o mundo umas trinta vezes
Mísseis atravessam continentes
Falhas acontecem destruindo litorais promovendo a mancha negra que se espalha pelo planeta
Ouço tudo através de um rádio, no interior de onde vim
Tentando me esconder dos radares do apocalipse
Charles me escreve um poema
Garantindo que as bombas nunca serão acionadas
Mas você sabe como é
A gente senta e duvida
Considerando tudo isso
Sem saber de onde ela vem
Nem como começou.