CONGESTIONAMENTO.

Tenho sentido falta da escrita corrente que, de forma tão natural e espontânea, fluía feito água de cachoeira abaixo. E quando esse trajeto; pensamento - raciocínio - escrita, é interrompido, ahh...dá-se o desastre. Palavras ficam tão "engarrafadas"...não em garrafas, mas em fluidez. Como um trânsito parado. Ou, sangue às veias entupidas. Esse congestionamento é improdutivo, é aflitivo. O estoque, esse, de palavras, pesa e embaralha os pensamentos. Pesa à cabeça e transborda sem nexo. Maldito congestionamento, principalmente, nas vias de acesso entre coração e cérebro. Paralisa a vida, freia sorrisos, e a marcha é lenta, faixa única, sentido obrigatório...Qual destino? GPS desligado, sem direção. Sigamos as placas: Curva perigosa à direita! Desvios à esquerda! E, lá na frente, onde parecia, finalmente, a chegada; pista em obras. Placas de alerta, velocidade reduzida, letras escorregadias, palavras incompletas, letras ribanceiras abaixo, BRAINSTORMING! Tempestade de ideias, mas todas engarrafadas, descoordenadas. Sigo a pé; calos, dores, cãibras , chuva...

Não desisto. Avante! Sol, arco-íris, amanhecer...Você! Desanoitecendo a escuridão. Você, me devolvendo à escrita, me ensinando a direção...me trazendo à vida.

Elenice Bastos.