DOIS CHÃOS E UMA FLOR

DOIS CHÃOS E UMA FLOR

(Uma homenagem à amiga Laurinete Martins)

Sou baiana do gingado e rebolado

De dança nos pés

Menina mulher, senhora quando quiser

Pele morena do sertão de Pernambuco

Num chão nasci, noutro me cresci

Sou faceira, pele boa com o cheiro do vento

Dengosa pro amor que chega

Carinhosa

Na tela pintura do Criador, sobreposta entre

O mar e areia presenteio os olhos

Do homem que longe espreita

Sem ditar palavra alguma

Só contempla e sorri ao

Fraterno sol que ilumina

Dois chãos donde brotou

A mulher de todas as alegrias

Pela narrativa de Deus, é pão

É vinho e poesia.