"Tulipas..."

A flor solitária ou não, ornamenta a mais requintada "ocasião", mesmo que ela seja a última. Lá vem o jardineiro... em passos pequenos, olhar sereno... e no canto da boca um sorriso “veneno”. Suas luvas estão sujas outra vez, e sua alma com respingos de sordidez, entre um “canteiro” e outro foi acondicionando de maneira organizada: a timidez, a confiança de vocês, um ou outro talvez percebido tarde demais, um semblante de bom rapaz... e toda maldade que ninguém sabia existir por trás (...) Até mesmo a chuva precisa de razões para molhar... agora explica para uma flor delicada, que a partir de hoje ela não vai poder “acreditar” em mais nada, tenta arrancar de dentro dela o medo, o pavor do tocar dos dedos (...) Explica à pequena flor quê, o que lhe foi roubado será devolvido na manhã seguinte, mas não esquece de usar todo requinte de quem não “consegue” mentir. A tulipa mais bela do jardim chamava-se Mariana, ela tinha sonhos... mas em uma triste manhã, minutos depois de acordar... foi forçada a dormir novamente e hoje não está mais entre a gente. A história de Shofia é um pouco diferente, ela permanece aqui, mas perdeu o seu jeito de sorrir... e sua fala irreverente, agora está ausente e todos que a conhecem “sente”. A paz foi roubada da família do pequeno Ruiz, essa foi arrancada pela “raiz”, pois o perigo não estava no jardim, o mal tinha acesso a todos os cômodos da casa, tinha “disfarce” de amor... proteção e carinho, mas o seu coração sempre foi revestido de “espinhos”, a moléstia acontecia sempre depois que a mãe saia, quem sabe por isso o pequeno “Ruiz”, não gosta mais de desenhos, nem de “brinquedos” e no seu mundo de revolta, prefere conversar com seu medo, e fica sem resposta... porque o “medo” não explica porque depois de toda “brincadeira”, ao pequeno Ruiz “pediam” segredo (...) Quantas “tulipas” sem nome, quantos jardins sem endereço, e quanta dignidade subtraída de um jeito tão avesso. O jardineiro hoje está preso, a cela em que ele está chamam de “seguro”, porém, nenhum muro, nenhuma grade... vai o proteger de sua verdade, tamanha crueldade.

(...) Por Mariana, pela doce Shofia, pelo pequeno Ruiz e por todas às pétalas caídas ao chão, semeemos nossos canteiros imaginários, cultivemos o amor em primeira pessoa, é assim que uma dor “avoa...”

JLuis in Verve
Enviado por JLuis in Verve em 23/05/2019
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