Delírios de um ateu
Há um Deus
No firmamento
No tempo
No vento
No tormento dos meus delírios
Há um Deus?
Por que razão não me permitem duvidar?
A dúvida é o me leva a lhe procurar
Procuro no ar, no mar, num bar
Procuro eternamente sem parar
Ah Deus!
Como eu seria que a poesia me levasse a ti!
Quisera eu não ser ateu
Quisera eu poder de fato acreditar na transcendência!
Quisera eu que esses meus versos comprovassem sua essência
Deus!
A sua ausência me leva refletir
Não sei fingir, nem mesmo disfarçar
Por isso penso, repenso, e o que me resta sempre é duvidar
Deus!
São tantas marcas, tantos detalhes, tantas grandezas, tantas providências
Porém, sua existência não se comprovou jamais
Deus, Mestre, Pai, Altíssimo, Alá
Alguns assim lhe chamam em meio ao culto, em meio à missa
Mas eu, na qualidade de ateu, assim me manifesto
fazendo versos a favor da paz e também do amor
Do amor materno, terno, poderoso
Amor de mãe, dadiva que se espalha pela natureza
Beleza que se encontra em cada canto, cada pranto, cada dose de sentimento
Cada elemento que compõe a imensidão do universo
Deus!
Mito ou realidade?
Verdade ou ilusão?
Eis a questão que tanto me provoca, me excita, e me leva a delirar
De repente durmo, sonho, acordo, e volta a lhe procurar