“Astros”
Naquela noite o corpo dela nu,
Se fazia prata sob a luz da lua.
Ele olhava ao longe,
Como quem admira uma obra de arte.
Ela como uma fera,
Mirava sua presa,
O farejava e
Olhava fixamente.
Ele não conseguia parar de olhar.
Ela não conseguia parar de o desejar.
A lua só espiava pela janela.
O gato no telhado ficou encabulado.
A vizinhança silenciava para ouvir
Aquele amor em polvorosa.
Assim se fizeram prata
Até a lua se cansar e
Ir-se embora.
Mas tudo recomeçou
Quando o corpo dela
Tornou-se ouro,
Porque o sol curioso,
Resolveu espiar também.