Depois da Guerra II - O Caminho do Retorno 4.

Como falar de retorno para si, sem abordar o amor? Existem níveis de amor? Cursos a realizar? Aquela trilha, o jeitinho carinhoso e caprichoso de chegar no ponto de amar a Deus incondicionalmente, e ao próximo como a nós mesmos?

A desconstrução que a maioria das escolas e técnicas, orientais e ocidentais, propõem para o desmantelamento do ego, e o despertar, tem a fórmula alquímica que liberará a energia curativa do amor incondicional em nós?

Se não estava claro para, após a estada de Cristo na Terra, tudo ficou entendido, quando escancarou o fato de que somente sentindo amor, vivendo o amor nas entranhas da alma, será possível o despertar da virtude da paciência e da compaixão para refazermos-nos, enquanto seres humanos, e a humanidade.

Que esquina tem este sentimento, quem tem ele em frascos para qualquer Alma, sábia e corajosa comprar?

O poeta disse, e teve as suas razões para dizer, que amor é fogo que arde sem se vê. Outros, de que o amor é como bichinho que rói, rói, até fazer dodói.

Viver o amor, é graça e penitência, porque é uma experiência subjetiva sem caminho e nem método, sem possibilidade de transferência.

Se houvesse algum desenho, ou fórmula de sucesso que pudesse encurtar caminho, teriam resolvido a questão do sofrimento humano, este mal do hoje, em muito disseminado, do homem se considerar incapaz de se fazer em estados de felicidade.

Não existe técnica, forma, jeito. Alma formada, ou não. Para senti-lo, o amor genuíno, puro e desmedido à vida, há que se matar dentro, tudo que julga seu.

O fenômeno do respeito e admiração ao Deus Supremo, Fonte sem Face, não gerada, Imanente no interior de uma Alma, pede-se renunciar a posse de tudo que sabe, julga ser seu, quando, ao final do caminho que a lógica nos leva, se considerar, como que de repente, ao estado do grâo de areia frente ao Oceano, Vida. E ao mesmo tempo, intimo daquele que tudo é. E se bastar. Isto é graça, não lógica.

É da consciência, isto sim! Da consciência desperta, a da não-separatividade, de que somos todos Um em Deus, que nos conduz ao novo homem. Como fosse a lâmpada, para o amor, luz, acontecer.

O amor é o companheiro do caos, não tem lado, nem justiça. Está no coração de todo homem, aguardando ser desperto, para se realizar nele, como mãe bondosa e compassiva, que o reconduzirá de volta a origem.

Para quem busca o caminho espiritual, terá que estar preparado para deixar de amar o si que o representa. Colocando-o num pedestal de ferro, duro e desjeitoso, lembrando-o a quem deve obedecer, para depois de tudo esclarecer, limpando o olhar espiritual da confusão e discórdia dos muitos eus que o habitou, onde o dono da casa assume as rédeas , doravante Senhor da vida interior... Filho de Deus.

Antes disto, a graça amorosa do sentir pertencente a uma obra maior, foi esperado pacientemente, o vir sendo aflorado mansamente na consciência nascida dentro, que de tanto andar envolta do nada, observa a si mesma no confronto com o mundo.

Até que entre o dia e a noite, no entardecer, germina o dono da casa. Triunfante, Senhor da carruagem.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 13/05/2019
Reeditado em 14/05/2019
Código do texto: T6646251
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