ATO FALHO
Mandei, acidentalmente,
Tantos e-mails pra você...
Desculpa, mas me enganei de destinatário...
Foi sem querer!
(Ah! Coração idiota e salafrário...)
Escrevi tantos poemas ordinários,
Talvez pela falta de tema,
Ou mesmo por falta de muso...
(Ah! Coração idiota, salafrário e confuso...)
Sei que às vezes erro... sei que às vezes abuso...
Fiquei errando e errando e errando em você...
Pode ter sido mesmo por engano,
Ou, pela falta de um plano...
Para um coração cigano, como o meu,
Que não tem o que fazer,
É fácil se enternecer...
Falei com meu psicólogo
Que me explicou o ato falho
Num breve monólogo.
Disse-me que nenhum gesto,
Palavra ou pensamento
Acontece acidentalmente
E eu fiquei com aquilo na mente...
Concluí que ato falho não é equívoco...
Na verdade, era o meu inconsciente falando,
Querendo sua atenção... até mesmo implorando...
Dias depois, voltei ao psicólogo
E num longo prólogo, expliquei-lhe a situação.
Ele, experiente, concluiu, rapidamente
E cantou a pedra: Isto é mal do coração.
No início até me assustei,
Mas não é que ainda perguntei:
Você me indica algum cardiologista bonitão???
Ouvindo Same Mistake by James Blunt